Tempos sombrios, e quem perde é a classe trabalhadora
Coluna SIFAR, O Popular do Paraná, 29/03/2018
No Brasil e no mundo estamos vivendo um turbilhão de ataques e retirada de direitos dos trabalhadores nos últimos anos. E isso não é exclusividade nossa, França, Grécia, Argentina. Em todo o mundo os trabalhadores estão se colocando em movimento contra a retirada de direitos e contra a ascensão do fascismo.
A diminuição dos lucros dos grandes capitalistas mundiais gera a crise (dos grandes empresários, não nossa, dos trabalhadores). Os governos promovem o arrocho, com retirada de direitos dos trabalhadores, diminuição da estrutura do Estado e dos serviços públicos. Dos serviços públicos, privatizam diversos, garantindo novos espaços para o lucro, em prejuízo da população. Um estado mínimo para o povo e máximo para o capital.
O ataque aos direitos sociais que foram conquistados com muita luta dos trabalhadores ao longo da história, hoje são negociados entre governos e empresas, acentuando a ideia de que, o serviço público pode ser gerido pelo privado. Cresce a disputa pelo poder e a omissão do Estado ao que de fato é sua obrigação. Acompanhamos a reforma trabalhista; a tentativa da reforma da Previdência; lei da terceirização; mudança nas portarias que regulamentam o SUS, SUAS; venda do Pré-Sal, reforma do Ensino Médio; privatização da energia elétrica, entre outros.
Junto com isso, para minar a resistência da classe trabalhadora que se levanta contra essa retirada de direitos, os governos e patrões usam a estratégia tanto da cooptação (por exemplo negociando a continuidade do imposto sindical com as grandes centrais para não construírem a greve geral) como de coerção – bombas em Brasília no ato da PEC, execução da Marielle e outros militantes, repressão em geral aos movimentos sociais como no ato dos servidores municipais de São Paulo.
A luta necessária da classe trabalhadora hoje é muito maior do que só a escolha do novo presidente, é muito maior do que os corruptos serem presos ou não, nossa luta é pela nossa sobrevivência diária, contra o fascismo que está estampado nas paredes da nossa cidade e nas redes sociais e se expressa todos os dias, contra o desrespeito às entidades dos trabalhadores, contra o desemprego, a fome, a desigualdade social, contra a lógica perversa dessa sociedade em que o lucro é mais importante do que a vida. Para isso precisamos estar juntos, num só corpo, lutando para que não percamos o pouco que temos e avancemos para uma sociedade mais justa e igualitária. Firmes.