Vereadores aliados de Hissam votam contra requerimento que podia adiar ida do pacotaço à Câmara
Na última terça-feira (31), a base aliada de Hissam na Câmara de Vereadores votou contra o requerimento para paralisação das reuniões sobre o pacotaço. O requerimento, feito pelos vereadores Fábio Pavoni (PV), Professor Valter (Cidadania) e Pastor Castilhos (PL), pedia que as reuniões sobre o pacotaço entre o legislativo, executivo e os sindicatos, fossem paralisadas enquanto acontecem as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Infelizmente, a proposta teve sete votos contrários e apenas três favoráveis, todos os contrários foram dos vereadores da base aliada de Hissam – os mesmos que se reuniram para abrir a CPI –, são eles: Ben Hur Custódio de Oliveira (Cidadania), Celso Nicácio da Silva (PSD), Aparecido Ramos Estevão (PDT), Irineu Cantador (PSD), Ricardo Teixeira de Oliveira (PSDB), Vagner Chefer (Podemos) e Vilson Grilo (União).
Na avaliação do SIFAR, a aprovação do requerimento era necessária, e uma prova da seriedade dos parlamentares. Isso porque, é inconcebível que os Projetos de Lei (PLs) sejam colocados para votação, enquanto o produto que originou tudo isso, o contrato entre Prefeitura e FIA, está em investigação por indícios de corrupção. Veja, se o pacotaço avançar, e for provado que há problemas como superfaturamento no contrato, a revogação dessa aprovação é quase impossível e os servidores já estarão sofrendo as consequências. Por isso, é necessário suspender qualquer avanço dos ataques durante a CPI.
Vamos fazer um paralelo com uma situação do dia a dia: é como se você tivesse comprado um eletrodoméstico com defeito e, enquanto tenta provar que comprou o produto já estragado, é obrigado a aceitá-lo e continuar usando até o sistema elétrico da sua casa seja destruído. Ou seja, se já estava difícil trocar o produto comprovadamente com defeito, vai ser quase impossível obrigar a empresa a pagar pela rede elétrica da sua casa. Entendeu?
É por isso que a justificativa dos parlamentares de que a CPI e a tramitação do pacotaço não tem ligação é absurda. Os ataques e a contratação da empresa estão completamente ligados, um contrato que tem indícios de superfaturamento e que a empresa foi escolhida a dedo pela Prefeitura, não pode ser levado adiante.
A defesa de que os projetos não devem ser enviados para votação não se trata de defender oposição ou situação na câmara de vereadores, mas sim, a correta posição em defesa da população que se utiliza dos serviços públicos, evitando a tramitação de um projeto que está em investigação pelo Ministério Público, e pela própria Câmara de Vereadores.