Nota de solidariedade ao padre Leocádio Zytkowski

Coluna do SIFAR publicada na edição desta quinta-feira (18) no jornal O Popular

Em Araucária, as perseguições políticas acontecem até onde menos se espera. É dessa forma que o SIFAR tem encarado a segunda transferência do padre Leocádio Zytkowski, do Santuário Nossa Senhora dos Remédios, do município.

Há mais ou menos dois anos, o sacerdote, que iniciou sua trajetória em Araucária na década de 1990, já havia sido retirado da cidade para realizar sua função na distante Guaraqueçaba. No início de 2018, o padre retornou para o Santuário de Araucária. Mas, agora, em abril, mais uma vez, Leocádio é transferido de paróquia sem grandes explicações da Igreja para a comunidade.

Para entender melhor a situação, é preciso ter em mente que o padre Leocádio sempre teve uma atuação próxima à pastoral operária, uma vertente combativa da igreja católica, e se envolveu com os movimentos sociais de Araucária, inclusive manifestando apoio aos sindicatos. O sacerdote atua em conjunto com a população trabalhadora da cidade e luta, principalmente, junto aos mais pobres por melhores condições de vida.

A intervenção de padre Leocádio em qualquer comunidade vai surtir efeitos para a população local. Seja na distribuição de alimentos, organização de moradia, busca por educação formal e serviços de saúde, o padre é figura presente na atuação social. Entretanto, precisamos questionar porque ele já foi transferido duas vezes de Araucária, justo em momentos nos quais parece estar desenvolvendo importantes trabalhos de organização junto à comunidade e aos movimentos organizados?

Infelizmente, Araucária tem um histórico de perseguição aos movimentos sociais e parece que nem o padre Leocádio conseguiu desenvolver o seu trabalho imune às questões políticas da cidade.

Por isso, o SIFAR manifesta profunda solidariedade ao sacerdote e repudia veementemente as perseguições políticas presentes na cidade. Seguimos firmes na luta!

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