A greves do(as) Educadores(as) Infantis é suspensa, mas luta continua!
Coluna SIFAR, O Popular do Paraná, 03/05/2018
No último dia 30 a categoria das educadoras/es infantis decidiram em assembleia suspender a greve que durou 14 dias. As reivindicações prioritárias do reconhecimento da categoria como profissionais da educação infantil, a hora atividade e o direito a seguir o calendário escolar, NÃO foram atendidas na sua totalidade. Mas foi com muita luta e resistência que a categoria conseguiu arrancar da gestão quatro horas de hora atividade (10% da jornada) para que as educadoras I e II executem o planejamento, organização e desenvolvimento das atividades pedagógicas. Tal deliberação deverá ser feita através de uma normativa conforme a fala do Secretário de Educação Henrique Theobald, mediante a entrega do ofício ao sindicato neste dia. A categoria entende que quatro horas não é o suficiente para organizar o planejamento e, que irão discutir em uma comissão paritária, com representantes do sindicato, educadores e governo, os pontos do reconhecimento e reestruturação da carreira dos educadores/as, assim como 33% da hora atividade prevista em Lei Federal 11.738/08. O calendário escolar também será discutido nesta comissão, considerando a demanda atendida no período de férias.
Além do avanço conquistado através do movimento de greve, tivemos o exemplo claro de que só há conquistas quando se luta. Esta data antecedeu ao 1° de Maio, dia dos trabalhadores, que simboliza a luta pelos direitos trabalhistas e a redução da jornada de trabalho, passando de doze para oito horas diárias. O exemplo deixado nestes 14 dias de greve dos educadores/as infantis, majoritariamente composta por mulheres, nos mostra o quanto as mulheres trabalhadoras precisam defender e conquistar direitos, e que fazem parte da classe trabalhadora, e são elas as mais afetadas pela sobrecarga do trabalho, além do trabalho doméstico. As educadoras enfrentaram o preconceito, a desvalorização e iniciaram um novo tempo na Educação Infantil do Município, o tempo de descontruir a “romantização” de que o trabalho se faz só por amor. Durante esse período da greve a categoria se mostrou firme na luta e preparada para voltar a paralisar a qualquer momento, caso o governo descumpra o andamento das negociações.
Cada CMEI deve oferecer condições suficientes, principalmente quando se trata de educação, devendo considerar o desenvolvimento da criança e o conhecimento científico, sem deixar de acolher e respeitar as necessidades de cada criança. As educadoras mostraram que todo o esforço que tiveram em se formar e se especializar devem ser reconhecidos e que a Educação Infantil faz parte da educação básica, as crianças de 0 a 5 anos têm direitos e devem ser respeitados.
A categoria se fortaleceu com o apoio dos pais e a população, buscaram assinaturas para o projeto de iniciativa popular a ser encaminhado para Câmara Municipal com as pautas de reinvindicação. Os pais compreenderam que apesar de terem sido afetados com a paralisação dos serviços, a pauta era por melhores condições de ensino para os seus filhos.
Isso foi só o começo da luta pelo reconhecimento dos educadores/as como Professores da Educação Infantil. Firmes!