Nossa história está em risco
Coluna SIFAR, O Popular do Paraná, 06/09/2018
O incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, foi manchete em todos os veículos de comunicação no início desta semana. Trata-se de um dano irreparável à cultura e à história brasileira.
O Museu Nacional do Rio abrigava a maior coleção de múmias egípcias das Américas. Havia ainda esqueletos de dinossauros e várias peças de arte. Além disso, o Museu – considerado a mais antiga instituição histórica do país, datado de 1818 – contava com um acervo de mais de 20 milhões de itens.
Mas, o pior é saber que tudo isso poderia ter sido evitado com mais investimento e atenção do Estado. De acordo com um levantamento, os recursos destinados ao Museu Nacional foram sendo reduzidos sistematicamente. Em 2013, foram aplicados R$ 513 milhões na instituição e, no ano passado, esse valor chegou em R$ 346 milhões.
Existe preservação da cultura em Araucária?
A situação da história e da cultura em Araucária não é diferente do cenário nacional. O setor não recebe investimentos e há tempos é negligenciado pela administração municipal.
A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo não possui uma política de manutenção preventiva e age apenas quando a situação está fora de controle. Esse foi o caso do alagamento do Museu Tingüi-Cuera, que ocorreu em março deste ano. Parte da instituição ficou submersa em mais de um metro de altura de água, danificando parte do acervo.
A força tarefa realizada pelos servidores do município garantiu o reparo do acervo danificado, entretanto, algumas peças tiveram de ser descartadas. O Museu abriga maquinário e mobiliário do ciclo da erva-mate.
Há anos, os servidores reivindicam manutenções preventivas, principalmente devido à localização do Museu, que fica no Parque Cachoeira, próximo ao Rio Iguaçu.
O arquivo histórico do Museu sofre com infiltração e também há salas com goteiras. Se a Prefeitura não investe nem na troca de telhas, quem dirá na prevenção contra incêndios!?
É necessário que o poder público de Araucária realize uma grande intervenção para preservar a nossa história. A região onde fica o prédio que abriga o Museu precisa urgentemente de uma obra de contenção e de tratamento do Rio.
Outra questão muito importante é a segurança desses equipamentos. O Memorial da Imigração Polonesa e a Aldeia da Solidariedade sofrem com arrombamentos constantes e vandalismo. Não há interesse da Prefeitura em designar agentes de segurança para preservar o patrimônio da cidade.
É fundamental que a população seja vigilante com a nossa cultura e cobre a Prefeitura para preservar a nossa história!