Não basta não ser racista; é preciso combater o racismo!
Vidas negras importam e não podemos mais tolerar que o racismo enraizado na polícia, nas ações dos governos e nas demais instituições imponha uma política de extermínio contra as vidas negras, pobres e trabalhadoras. Esse é o recado da onda de protestos que já dura duas semanas nos Estados Unidos e que vem crescendo e se espalhando também por outros países.
No Brasil, essas manifestações também protestam contra a política genocida do governo federal diante da pandemia de Covid-19. Ao não garantir renda a quem precisa e ao reduzir o isolamento social, o governo impõe que as vidas dos mais pobres, dos negros e das pessoas dos grupos de risco sejam sacrificadas em nome do lucro dos grandes empresários.
As manifestações também têm como pauta a defesa das liberdades democráticas que vêm sendo atacadas, com as ameaças de fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal feitas por integrantes do governo e apoiadores. Não é segredo para ninguém que o presidente é um simpatizante declarado da ditadura militar, que prendeu, torturou e matou quem ousava lutar em defesa de seus direitos e da democracia. Nas últimas semanas, vimos o tom dessas ameaças aumentar, com atos de extrema-direita a favor do governo utilizando bandeiras, tochas e outros símbolos de movimentos fascistas e de supremacistas brancos, como a Ku Klux Klan.
O momento é de muita tensão no Brasil e no mundo. Ficar calado e não se revoltar diante do extermínio da juventude negra e do aumento das ameaças fascistas e do autoritarismo é como ser cúmplice do que está acontecendo. Por isso, o SIFAR se solidariza e se soma ativamente à luta antirracista e antifascista.
O racismo e o fascismo têm em comum a noção de que algumas vidas importam mais do que as outras e que por isso é aceitável e até mesmo desejável que as vidas consideradas indesejáveis sejam discriminadas, perseguidas e até mesmo eliminadas. Essas ideologias foram usadas para justificar os capítulos mais sangrentos da nossa história, como a escravidão dos povos africanos e o extermínio de judeus pelo nazismo, mas não ficaram no passado e continuam se manifestando no nosso cotidiano.
A luta contra o racismo e o fascismo nos une enquanto classe trabalhadora na indignação contra a miséria, a violência e as mortes provocadas por esse sistema capitalista que sobrevive retirando os direitos e a vida da classe trabalhadora.