Aumento do número de casos de covid-19 em Araucária exige medidas que coloquem a saúde e a vida em primeiro lugar
A cada minuto, uma pessoa morre por Covid-19 no Brasil. Ao todo, já são mais de 45 mil mortes e mais de 928 mil casos confirmados. O número de casos vem crescendo de forma alarmante depois da flexibilização do isolamento social, com reabertura do comércio e retomada de atividades não essenciais.
Em Araucária já são 197 casos confirmados e duas mortes. O mais assustador é a velocidade no aumento dos casos. Entre 15 e 17 de junho, o número saltou de 161 para 197, um aumento de mais de 22% em 48 horas.
Esse aumento tem obrigado prefeitos e governadores a adotar medidas mais rígidas de restrição. É urgente que a Prefeitura de Araucária volte a fechar o comércio e reveja as ações de flexibilização adotadas nos últimos meses para evitar a perda irreparável de mais vidas.
]O número de mortes e de casos confirmados já assusta, mas a situação é ainda pior quando consideramos a subnotificação. No Paraná, foram registradas 10.557 pessoas infectadas e 364 mortes por Covid-19, segundo o último boletim epidemiológico. O estranho é que também verificamos um aumento muito expressivo da chamada Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que é a forma como são descritos os casos mais graves de doenças respiratórias infecciosas quando a causa não é confirmada. O aumento é 75% no número de mortes de um ano para outro, o que deixa claro que grande parte dos casos são Covid-19 não confirmados.
É importante lembrar que não havia nenhum caso confirmado de Covid-19 em Araucária em março, quando a Prefeitura decidiu acertadamente fechar o comércio e afastar todos os servidores que não faziam parte dos serviços essenciais de saúde, assistência e segurança. No final de abril, Araucária tinha oito casos confirmados. Foi quando o prefeito decidiu reabrir o comércio e reconvocar todos os servidores para o trabalho presencial, mesmo quem estava desempenhando o trabalho de forma remota ou sob regime de escala.
O combate à Covid-19 é uma questão de saúde pública e por isso não basta esperar que as pessoas fiquem em casa ou evitem aglomerações se o poder público não fiscaliza o funcionamento do comércio, não impõe punição ou multa para quem organiza festas e não garante sequer renda mínima para os trabalhadores informais e desempregados. É por isso que o SIFAR segue firme na luta pela suspensão de todas as atividades não essenciais, por condições de trabalho adequadas para quem está no combate à Covid-19 e na cobrança para que a Prefeitura de Araucária cumpra o seu dever de zelar pela segurança dos servidores e de toda população.