Fala, servidor: falta de testes, contaminação e máscaras de tecido nas unidades da saúde

Os casos de coronavírus avançam em Araucária e na região, a cada dia a pandemia fica mais grave. E nesse cenário, em vez de reforçar a proteção aos trabalhadores da saúde, que são fundamentais para o combate à pandemia,a  gestão Hissam está negligenciando a saúde desses trabalhadores.

Não é de hoje que o SIFAR, assim como outros sindicatos da saúde vem denunciando a falta de testes para servidores da saúde. Só que a situação não mudou. É o caso que a enfermeira Flávia denuncia novamente: mesmo quando colegas de trabalho têm confirmação de infecção por coronavírus, não são feitos testes para os demais da equipe.

Proteção insuficiente

E se a situação já era grave de adoecimento dos trabalhadores da saúde, a tendência é de piorar esses índices. Essa é a situação que a enfermeira Maria denuncia: agora a gestão começou a distribuir máscaras de tecido para os servidores das unidades de saúde. Mas é importante deixar claro que máscaras de pano não substituem EPIs respiratórios!

A utilização de máscaras de tecido vai contra TODAS as recomendações dos órgãos responsáveis. Em nota técnica a Anvisa deixa claro que os trabalhadores da saúde ou profissionais que tenham contato com pessoas infectadas não devem usar as máscaras de tecido. Sem testes para todos que apresentam sintomas e com um grande número de assintomáticos como os servidores que atendem a comunidade vão ficar seguros?

As máscaras de tecido não têm eficácia comprovada, de acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) servindo apenas para diminuir a disseminação do Coronavírus por pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas. Sendo assim, elas não servem como equipamento de proteção, permitindo que quem a usa se contamine da mesma forma. Por isso, as máscaras de tecido não devem ser utilizadas por profissionais que estão em contato direto com a comunidade como substituição do equipamento de proteção adequado.

As máscaras de tecido não têm controle de fabricação, não há vedação e por não serem descartáveis aumenta a possibilidade de contágio durante a manipulação. O uso incorreto pode gerar uma falsa sensação de proteção e aumentar ainda mais o contágio.

Mesmo em unidades onde os trabalhadores estão recebendo as máscaras cirúrgicas descartáveis, elas são fornecidas em quantidade insuficiente, pois os trabalhadores recebem apenas uma máscara de manhã e outra à tarde, sendo que o ideal seria realizar a troca a cada duas horas.

Além disso, sem o distanciamento social em unidades de saúde, até mesmo as máscaras cirúrgicas são insuficientes e a reivindicação dos sindicatos é para que seja adotada a máscara N95 ou PFF2 para todos os trabalhadores que atendem diretamente a população.

Falta de gestão para pacientes

E os problemas de gestão na saúde de Araucária, que já eram um problema antes da pandemia, agora se agravam. A desorganização e falta de orientações adequadas no centro para atendimento a pacientes com Covid-19 faz com que trabalhadores de outros setores da saúde também fiquem expostos.

As denúncias recebidas de servidores mostram que os pacientes atendidos no centro são mandados para isolamento domiciliar sem as informações corretas. Com isso, muitos pacientes inclusive de casos positivos da Covid-19, acabam indo procurar atendimento em outras unidades de saúde, mesmo depois de terem passado pelo centro de referência.

Ao que parece, a gestão Hissam não está muito preocupada com a proteção dos trabalhadores da saúde. Mas, é importante a gente lembrar que quem está na linha de frente ajudando a salvar a vida da população são esses trabalhadores. Por isso, seguimos na cobrança para que sejam fornecidos os equipamentos de proteção adequados e adotadas todas as medidas necessárias paras proteger a saúde e a vida dos trabalhadores. Firmes!

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