O racismo mata

Um homem negro foi espancado até a morte no estacionamento do Carrefour. Por dois funcionários brancos do supermercado. A cena foi registrada de perto, por uma mulher branca, também funcionária e nada foi feito para impedir o assassinato de João Alberto, mais conhecido como Beto.

No dia da Consciência Negra, em todo o Brasil, os movimentos organizados se levantaram contra o Carrefour e sua política racista. Mas o que vimos depois disso foi mais expressão de racismo.

O racismo se mostra no fato de algumas pessoas acharem a ação radicalizada realizada contra o supermercado mais grave do que o assassinato de Beto e de milhares de outras pessoas negras que morrem todos os dias, seja pelo genocídio efetuado sistematicamente pela polícia contra a população preta seja pela fome e pela miséria que assola, principalmente, negras e negros periféricos no Brasil.

Em qual cenário a destruição de um patrimônio privado é mais indignante do que o assassinato de uma pessoa por causa de sua cor de pele? No sistema capitalista brasileiro, que tem uma de suas fundações no Brasil colonial e no racismo estrutural.

É importante ressaltar que o Carrefour já esteve envolvido em outros inúmeros episódios de racismo, violência e descaso. E, apesar do mercado reconhecer que houve racismo e ter afastado os envolvidos, só isso não basta!

Precisamos cobrar que a empresa indenize a família de Beto e também outros clientes e trabalhadores que foram humilhados e torturados por uma política de segurança racista. E isso não acontecerá sem a luta do conjunto dos trabalhadores. Para que esse cenário possa ser uma realidade, nossa única alternativa é nossa organização e a ação direta! Firmes!

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