Ao exigir retorno ao trabalho presencial, Hissam e SMAS querem assinar atestado de óbito do grupo de risco da Assistência Social

Ao mesmo tempo em que decreta estado de calamidade pública em Araucária, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) e o prefeito Hissam exigem o retorno ao trabalho presencial dos servidores que fazem parte do grupo de risco para o coronavírus! É absurdo, mas foi isso mesmo que o prefeito da cidade fez logo no início de 2021.

A falta de planejamento e de controle da Prefeitura de Araucária e dos governos das cidades do entorno, do estado e do país é a verdadeira responsável pelo aumento dos casos de Covid-19 no Brasil. Podemos dizer que estamos vivendo a pior fase da pandemia no país e, consequentemente, nas cidades, mas é nesse momento que Hissam pede o retorno daqueles que não podem ser expostos ao vírus, pois, caso sejam, são esses que terão menos chances de sobreviver. Parece realmente que o prefeito está disposto a assinar o atestado de óbito desses trabalhadores!

Isso tudo porque Hissam e os demais governantes decidiram favorecer empresários, banqueiros e o capital em geral ao invés de adotar medidas de isolamento social efetivas. Serviços não essenciais continuam em pleno funcionamento, o comércio permaneceu de portas abertas e nenhuma medida mais restritiva foi tomada.

Hissam quer que os trabalhadores da Assistência Social que pertencem ao grupo de risco e estão em trabalho remoto desde o início da pandemia sejam expostos ao vírus e retornem ao trabalho presencial. Um e-mail foi enviado para os servidores e suas chefias para que retornem ao trabalho presencial imediatamente. O argumento utilizado pelo prefeito é o Decreto Municipal nº 35.363, de dezembro de 2020.

É importante ressaltar que várias unidades públicas de Araucária enfrentaram surtos de Covid-19 no último período. Agora, você já imaginou o que aconteceria casos os servidores do grupo de risco começassem a contrair o vírus no local de trabalho?

O desgaste e a sobrecarga enfrentados pelos servidores que estão na linha de frente não estão relacionados com a o afastamento dos trabalhadores do grupo de risco, eles estão relacionados com a falta de uma política pública clara, de investimento e de um planejamento eficaz do prefeito de Araucária, que preferiu atender a todas as reivindicações da burguesia local enquanto deixava os serviços de saúde e de assistência lotados!

O conceito de grupo de risco não pode ser questionado como uma mera opinião. Ao contrário, é uma informação científica e não uma opinião ou vontade pessoal pautada no desejo de dar conta da falta de recursos humanos enfrentada já há muito tempo pelos servidores da Assistência. Quem pertence ao grupo de risco tem maiores chances de desenvolver a doença na sua forma mais grave, morrer ou ficar com sequelas sérias. O fato de existirem pessoas que não pertencem ao grupo de risco que faleceram em decorrência da Covid-19 não “coloca todos no mesmo barco” ou não acaba com a existência do grupo de risco. Pelo contrário, demonstra a seriedade da doença e a necessidade de diminuir os riscos.

Neste contexto, manter o grupo de risco em trabalho remoto é uma reivindicação de todo o funcionalismo da cidade! E, para contornar a falta que esses trabalhadores fazem, é preciso convocar os trabalhadores aprovados nos últimos concursos, pois o colapso que estamos enfrentando é uma evidência do desmonte sofrido pelo SUS e pelo SUAS nos últimos anos! INVESTIR EM SAÚDE E ASSISTÊNCIA PÚBLICAS É URGENTE!

Para além de convocar novos profissionais, também é preciso reorganizar o trabalho remoto, é possível fazer o cadastro único da assistência por telefone! Mas, para isso, a Prefeitura de Araucária precisa fornecer a estrutura necessária para esses trabalhadores que estão afastados.

O SIFAR está tentando contato com a SMAS e daremos maiores informações em breve. Nós enquanto classe trabalhadora precisamos nos unir e resistir a mais este ataque!

 Nenhum DIREITO a menos! Trabalhadores do grupo de risco precisam permanecem afastados em trabalho remoto!

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