Hissam atropela decisão do CME e divulga retorno das aulas presenciais em jornal
Mais uma vez, o prefeito Hissam Hussein Dehaini não dialogou com os trabalhadores da educação do município e anunciou o retorno das aulas presenciais em um jornal, sem qualquer debate. De acordo com a notícia que saiu nesta terça-feira (9) à noite, o prefeito irá anular a decisão do Conselho Municipal de Educação (CME), que foi contrária à retomada do ensino presencial, e permitir o retorno híbrido das aulas no dia 1º de março.
Depois da notícia que pegou a categoria de surpresa, nesta quarta-feira (10) as direções do SISMMAR e do SIFAR foram até a Secretaria Municipal de Educação (SMED) para exigir diálogo com os trabalhadores da Educação. Contrariando o que foi informado no jornal O Popular e apesar de ser a secretária da pasta, Adriana Palmieri afirmou que as aulas presenciais não retornam no dia 1º porque não há condições materiais para isso.
Os diretores do sindicato também questionaram se a SMED tem os dados de quantos profissionais estarão disponíveis para esse retorno, já que, de acordo com pesquisa da própria mantenedora, mais de 25% pertencem ao grupo de risco da Covid-19 e devem continuar trabalhando de forma remota. Segundo a Secretária de Educação, Adriana Palmieri, a SMED ainda não tem esses dados.
Sobre o anúncio do retorno das aulas presenciais, vale ressaltar que o prefeito está tomando medidas que desconsideram todo o debate democrático. Sabemos que há uma movimentação das escolas particulares, que tratam a educação como mercadoria e visam apenas os lucros, pelo retorno das aulas presenciais e Hissam está atendendo aos pedidos desses empresários.
Também vale ressaltar que, em meio às férias, um direito histórico da categoria, uma comissão que analisa o retorno das atividades presenciais foi formada. No entanto, Hissam desconsiderou tanto o debate dessa comissão, que conta com os trabalhadores, quanto a decisão dos conselheiros do CME e dos pais dos estudantes (em pesquisa aplicada no município, quase 70% se mostraram contra o retorno das aulas presenciais).
A SMED também afirmou que, devido à decisão de Hissam, será preciso apontar uma data de retorno das atividades presenciais. Embora não tenha informado uma data específica, a Secretária de Educação informou que haverá um processo licitatório para a compra dos insumos e a previsão é a de que a partir do dia 24 de março já exista a “possibilidade material” de abrir as escolas.
Sem vacina, sem retorno!
As direções do SISMMAR e do SIFAR vão cobrar um posicionamento oficial da Prefeitura em mesa de negociação, já que, novamente, Hissam escolhe fazer um anúncio no jornal da cidade ao invés de dialogar com os servidores e respeitar as instâncias democráticas e representativas da categoria e da comunidade escolar.
Embora o prefeito tenha tomado essa medida antidemocrática, os trabalhadores da educação do município querem que o retorno às aulas aconteça apenas de forma segura, com a vacina. Caso o prefeito mantenha o retorno da aulas presenciais sem a imunização dos trabalhadores, as educadoras farão uma assembleia para definir ações de enfrentamento contra a medida. As professoras e professores da rede já possuem indicativo de greve. Nossa luta continua sendo em defesa da vida e pela manutenção do ensino remoto!
Queremos o retorno das aulas presenciais em segurança, com a vacina! Firmes!