Parada de manutenção na REPAR coloca vidas em risco

A cidade de Araucária deve registrar, em média, uma morte por dia até o final do mês de julho em consequência da Covid-19 e dos serviços de parada de manutenção da refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). A estimativa de mortes foi feita pela mesma equipe de pesquisadores que previu a tragédia de Manaus.

O procedimento de manutenção teve início no dia 12 de abril e deve incluir mais dois mil trabalhadores temporários à rotina da refinaria, sendo pelo menos metade vinda de outras regiões do país. A nota técnica elaborada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e da Universidade Federal de Minas Gerais mostra que o fluxo de trabalhadores vindos de diferentes regiões do Brasil deve aumentar a circulação do vírus neste momento crítico da pandemia, com a transmissão de variantes da Covid-19 ainda mais contagiosas.

A parada de manutenção na Repar pode causar 100 mortes até final de julho – número próximo do total de mortes pelo novo coronavírus registradas no município em todo o ano de 2020. É inaceitável que a direção da Repar coloque tantas vidas em risco, sabendo que essas mortes podem e devem ser evitadas!

Araucária registrou pelo menos 280 óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia, segundo os dados oficiais divulgados pela Prefeitura. Mais de metade dessas mortes (165) ocorreram nos primeiros meses de 2021. Esses números deixam claro que o pior da pandemia só terá realmente terminado quando mais de 70% da população estiver vacinada.

As trabalhadoras e trabalhadores da refinaria estão mobilizados em defesa da vida e fizeram cinco dias de greve na semana passada para cobrar que o procedimento de manutenção seja adiado. A direção da Repar não aceitou suspender a parada, mas a pressão fez com que assumisse compromissos em um acordo mediado pelo Ministério Público do Trabalho. A empresa terá que divulgar os casos de Covid-19 entre os funcionários, terá que permitir visitas técnicas do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) a cada 12 dias, além de se reunir semanalmente com representantes do Sindicato para debater as medidas de segurança adotadas.

O SIFAR manifesta seu apoio à mobilização dos petroleiros em defesa da vida! Nossa luta é pela vacina para todos já, pelo auxílio emergencial de, no mínimo, R$ 600 e pela suspensão de todas as atividades não essenciais.

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