Vereador que diz que servidores não são exemplos para ninguém é condenado por rachadinha

O vereador Ben Hur, junto com Ângelo Ribeiro e Alex Nogueira, foram condenados, em primeira instância, pelo crime de concussão e associação criminosa, conhecido, popularmente, como rachadinha. O esquema é conhecido como uma prática de desvio de salário dos assessores para o parlamentar. O processo investigava o ato praticado durante o mandato de vereador de Alex Nogueira, quando Ben Hur era seu assessor, em que mais de 170 mil reais foram desviados.

Ben Hur, que era cotado para disputar um cargo de deputado este ano e apoiado amplamente pelo prefeito Hissam – como se pode constatar nos outdoors pela cidade – pode ficar inelegível se condenado em segunda instância.

Este é o parlamentar que disse mais de uma vez que os servidores precisavam de um “choque de gestão” e que apoiou a ação do Secretário de Segurança no Massacre realizado contra os servidores no 3 de setembro.  Ele que sempre se colocou como um inimigo do serviço público e dos servidores, agora terá muito o que se explicar para o judiciário!

Família Bolsonaro também é exemplo de corrupção!

A rachadinha também é uma prática presente na família Bolsonaro que vem sendo acusada deste crime desde 2019. Bolsonaro, por exemplo, nunca explicou como a “Val do Açai” trabalhava tempo integral em seu gabinete em Brasília, ao mesmo tempo que mantinha uma lanchonete em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

E ainda, tem o envolvimento dos seus filhos, Flávio é acusado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) de desviar o salário de 12 funcionários de seu gabinete, com ajuda de Queiroz, e, hoje, comprou uma mansão por mais de 6 milhões sem demonstrar adequadamente a origem do dinheiro. Além disso, não há explicações para os R$89 mil reais depositados na conta de Michelle Bolsonaro, onde também pairam suspeitas de corrupção.

Entenda melhor a rachadinha e a importância da estabilidade

Este crime é uma forma de desvio de dinheiro público, o assessor repassa parte, ou a totalidade de seu salário, ao parlamentar que o contratou. Isso significa que parte do dinheiro público é repassado de forma ilegal ao parlamentar. E isso só é possível com a contratação de cargos comissionados, dessa forma o parlamentar coage ou faz um acordo para a entrega do dinheiro.

A conquista da contratação do servidor público por meio de concurso público e com estabilidade é uma forma de impedir que esta prática se generalize para o conjunto dos trabalhadores de um município. A estabilidade, tantas vezes questionadas, serve para que um prefeito ou governador não possa impor aos servidores que votem nele ou que façam campanha.

É o que ocorre com os cargos comissionados de um município, que recebem altos salários, mas estão vinculados e submetidos politicamente ao prefeito, como vemos em suas participações em campanhas eleitorais, por exemplo, e na troca de equipe que ocorre a cada nova eleição. Com a generalização dessa forma de contrato – que é exatamente o que os políticos querem – o serviço público se afastaria dos interesses da população para atender os interesses pessoais dos governantes.

 

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