Após denúncias, gestão tem 15 dias para corrigir problemas do local da Operação Inverno
A Vigilância Sanitária de Araucária (VISA) realizou uma inspeção na Casa de Acolhimento da Operação Inverno a partir da solicitação feita pelo SIFAR. A Prefeitura tem 15 dias a partir do recebimento do relatório para realizar as modificações necessárias. Entretanto, é preciso fazer pressão para que isso aconteça, ainda hoje, quinta-feira (13), o SIFAR irá até a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) para cobrar uma resposta!
Entre os problemas apresentados na denúncia e referendados pela vigilância estão a falta de espaço entre as camas, material inadequado dos colchões – de tecido, o que impossibilita higienização –, buracos no piso, poças da água e falta de ventilação tanto no galpão principal – local que será o dormitório –, quanto nos banheiros.
O local é insalubre e não deveria ser usado dessa forma. A Prefeitura teve meses para se preparar para a Operação Inverno, entretanto, preferiu colocar os usuários em um galpão sem ventilação, sem divisória entre os quartos, sem divisória nos banheiros, sem controle térmico ou de iluminação – o barracão tem o pé direito alto e é frio. Confira o documento da vigilância na íntegra aqui.
Além disso, de acordo com o Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB-SUAS), é preciso ter pelo menos um psicólogo e um assistente social para acompanhar um local de alta complexidade, como é a Operação Inverno. O documento apresentado pela vigilância não prevê estes profissionais no local.
Espaços de acolhimento como a Operação Inverno devem ser locais adequados para a população e não depósitos sem estrutura e conforto. O atendimento humanizado dos usuários faz parte dos preceitos principais da política de assistência social e devem ser respeitados pela administração pública.
O Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) e a SMAS ainda não responderam sobre à denúncia. Os servidores devem ficar atentos e cobrar para que o documento da VISA seja respeitado e as alterações realizadas.
Precarização na estrutura dificulta trabalho da equipe e amplia conflitos
Na noite de ontem, quarta-feira (12), um caso de conflito no local de acolhimento da Operação Inverno tornou ainda mais claro a necessidade das mudanças estruturais. Da forma como o barracão está organizado, é muito difícil para a equipe da assistência social realizar qualquer tipo de manejo em uma situação como essa.
Para as mulheres, por exemplo, há apenas quatro vagas em um espaço pequeno e apertado, sem nenhuma divisão que traga algum tipo de privacidade, forçando o convívio mesmo em casos de conflito. Com a falta de banheiros, apenas uma pessoa pode usar o banheiro por vez, deixando todos os outros 49 acolhidos sem conseguir utilizar o espaço seja para o banho ou para o uso do vaso sanitário.
Todos estes problemas estruturais refletem na piora das condições trabalho da equipe que não tem sequer espaço para atender a demanda necessária. Além disso, em situações como essa é possível que haja aumento dos conflitos, afinal de contas direitos básicos como o uso do banheiro são negados aos acolhidos e isso também dificulta o trabalho da equipe. Casos como o que ocorreu ontem não podem continuar se repetindo, é preciso melhorar a estrutura do local e dar condições adequadas para que a assistência social possa realizar o seu trabalho.