25 de julho: construir práticas antirracistas é honrar a luta das mulheres pretas
Hoje, dia 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em homenagem a Tereza de Benguela há mais de 30 anos. Tereza foi uma mulher líder quilombola que manteve negros e indígenas juntos em resistência à escravidão no Brasil.
A estrutura racista da sociedade costuma apagar histórias como a de Tereza, por isso, relembrar sua vida é tornar público um exemplo de resistência para a classe trabalhadora.
Além disso, para honrar a memória dela e de tantas outras lutadoras, neste dia 25, reiteramos a importância da luta antirracista. O material divulgado pelo sindicato neste mês de julho traz dados importantes de diferentes aspectos como empregabilidade, que escancara como os processos de exclusão e marginalização das pessoas negras tem consequências até hoje, especialmente ao falarmos das mulheres.
O desemprego é maior entre as mulheres negras
De acordo com o DIEESE, no segundo trimestre de 2022 as mulheres negras receberam em média 46,3% a menos que um homem branco. Além disso, dados do IBGE mostram que em 2023, mais de 50 milhões de mulheres negras que poderiam estar empregadas, apenas 22,1 milhões (44%) estavam.
Trabalhos sem garantia de direitos trabalhistas afetam mais as mulheres negras
Quem usufrui dos direitos trabalhistas – que foram duramente conquistados pela classe trabalhadora – são, em sua maioria, pessoas brancas.
Embora os trabalhos informais estejam crescendo no país após a Reforma Trabalhista e os inúmeros ataques que os trabalhadores sofrem cotidianamente também, dados do DIEESE mostram que a maioria dos postos de trabalho sem garantias de direitos são delegados às pessoas negras, especialmente às mulheres.
Os dados são duros e mostram que o percurso do combate ao racismo é longo e árduo. Por isso, a política antirracista precisa ser construída nos locais de trabalho e na casa de cada trabalhador e trabalhadora. Datas como o dia de hoje, 25 de julho, devem ser usadas como um dia de memória, aprendizado, de reflexão e ação para uma outra sociedade, livre do racismo, machismo e da exploração.