Regime de capitalização gera miséria por onde passa
Coluna do SIFAR publicada na edição desta quinta-feira (28) do Jornal O Popular
Hoje, a nossa previdência é solidária. E isso significa que todos contribuem com ela: trabalhadores, patrões e governos. Mas, caso a reforma seja aprovada, apenas o trabalhador ficará responsável por garantir a sua aposentadoria. Esse é o chamado regime de capitalização. Precisamos barrar este ataque e só a nossa mobilização é capaz de enfrentar essa retirada de direitos!
O regime de capitalização põe a nossa aposentadoria em risco. Você sabe por que?
Nós, trabalhadores sabemos o quanto é difícil poupar dinheiro todos os meses. As contas de mercado, de luz e de água só aumentam e os nossos salários parecem diminuir a cada dia. Mas, você já pensou em ter que pagar todas as contas que já tem e ter mais uma para fazer caber no orçamento?
Na prática, a maioria dos trabalhadores não vai conseguir poupar para a aposentadoria. E, quando esse momento chegar, não haverá garantia nem renda para sobreviver.
Para os poucos que conseguirem poupar algum dinheiro, também não há segurança nenhuma. Isso porque o interesse do governo com o regime de capitalização é entregar o dinheiro suado dos trabalhadores diretamente nas mãos dos banqueiros e empresários. A aposentadoria dos trabalhadores estará entregue aos riscos do mercado financeiro.
Experiência chilena
O Chile implantou o regime de capitalização em 1981. Não é coincidência o fato da pessoa que acabou com a previdência dos chilenos seja o atual ministro da Economia brasileira, Paulo Guedes.
Agora, 38 anos após a Reforma do Chile, aqueles que conseguem se aposentar recebem cerca de 1/3 do salário mínimo do país. A miséria causada entre os chilenos devido ao regime de capitalização gerou uma onda de suicídios entre os idosos.
Caso a Reforma seja aprovada, é isso que pode acontecer aqui no Brasil. A proposta desvincula os benefícios do salário mínimo, o que significa que as aposentadorias podem facilmente ficar bem abaixo de mil reais.
Venha fazer parte da luta contra a Reforma da Previdência. Firmes!