Usuários dos serviços de saúde mental podem ficar sem alimentação devido ao descaso da Prefeitura
O número de cargos comissionados da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), que diga-se de passagem não é nada pequeno, é inversamente proporcional à competência da Secretaria para dar conta de suas obrigações mínimas. A última da gestão foi deixar os usuários que fazem tratamento no CAPS AD e no CAPS II sem a alimentação diária a qual eles têm direito.
A irresponsabilidade da gestão Hissam é tamanha a ponto de não ter renovado a licitação de marmitas, que venceu em maio, e, há duas semanas, o prazo para compras emergenciais, que era como o serviço estava funcionando nos últimos meses, também venceu.
Hoje, a administração entrega poucas marmitas, muito menos do que o necessário, e a ameaça constante é de que não haverá alimentação nos próximos dias.
Mas, de acordo com a Portaria 336/2002, do Ministério da Saúde, a assistência prestada ao paciente no CAPS II inclui, além de inúmeras atividades, aos pacientes assistidos em um turno de 4h uma refeição diária e aos assistidos em dois turnos, totalizando 8h, duas refeições diárias.
O SIFAR exige que a administração de Araucária faça um planejamento para garantir os direitos mínimos à população que depende dos serviços públicos. Até que uma licitação seja aberta, a gestão deverá realizar compras diretas para suprir a demanda, entretanto, é preciso ficar atento, pois, por se tratar de um mecanismo menos complexo e com menos transparência, há mais chance de desvio de verba ou de que as empresas puxa-saco da gestão sejam privilegiadas.
Usuários de outros equipamentos não têm alimentação
Se a situação já está difícil para os usuários do CAPS, as crianças e adolescentes que são atendidos no SECRIA, um serviço de saúde mental equivalente ao CAPS Infantil, não recebem nem lanche e muito menos marmita.
Já passou da hora da gestão rever suas prioridades e atender a população de Araucária com respeito e dignidade. Por nenhum direito a menos!