Senadores, com seus altos salários e privilégios, decidem pelo fim da aposentadoria dos trabalhadores
O Senado Federal aprovou em segunda votação a desumana Reforma da Previdência do governo Bolsonaro, que aumenta o tempo de contribuição e a idade para aposentadoria, além de diminuir os valores que serão pagos aos trabalhadores.
Ao aprovar essa Reforma, o governo Bolsonaro e a maioria do deputados e senadores tentam acabar com o direito dos trabalhadores se aposentarem. Querem que a maioria da população tenha que trabalhar até morrer, enquanto mantêm seus altos salários e privilégios e seguem protegendo as empresas que não pagam os mais de R$ 450 bilhões que devem à Previdência Social.
Com a aprovação da Reforma, a idade mínima para aposentadoria passa a ser 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, com regras de transição que também aumentam o tempo de trabalho de quem já está na ativa. A parte mais perversa é a redução drástica no valor da aposentadoria, que passará a ser calculada pela média de todas as remuneração, incluindo os salários mais baixos, e não mais pela média de 80% dos maiores salários.
A Reforma da Previdência passa a valer assim que o projeto for promulgado pelo Congresso. Os ataques atingem de imediato os servidores federais e os trabalhadores contratados por regime de CLT.
Os ataques não param por aí. Tramita no Senado a Proposta de Emenda à Constituição 133/2019, chamada de PEC Paralela, que estende todos esses ataques aos servidores estaduais e municipais, ao mesmo tempo em que oferece regras mais brandas para carreiras ligadas à segurança pública.
Além de atacar a Previdência e a Seguridade Social, o governo prepara novas reformas, tenta avançar na retirada de direitos trabalhistas, além de defender a privatização da saúde e da educação.
O Chile foi amplamente usado pelo governo Bolsonaro como exemplo de pais que resolveu seus problemas através de reformas neoliberais, como a da Previdência. Na verdade, as reformas impostas desde a ditadura de Augusto Pinochet aprofundaram a desigualdade e transformaram em mercadoria o que antes eram direitos sociais. No Chile não há sistema público de saúde e 90% dos aposentados recebe menos de um salário mínimo. As manifestações que vemos agora no Chile são consequências dessas reformas, que o governo Bolsonaro, saudoso da ditadura militar, pretende copiar.
A única saída para impedir a retirada de direitos e o aumento da desigualdade é a mobilização de toda a classe trabalhadora. Junte-se ao SIFAR nessa luta!