Epidemia de coronavírus reforça importância de um sistema de saúde público e universal

A expansão do Coronavírus nos Estados Unidos já causou 30 mortes até o momento e tem escancarado também as consequências da doença em um país onde não existe um sistema um sistema de saúde público e universal.

Mesmo que o exame para detectar o vírus seja gratuito, os altos custos da assistência médica no país fazem com que muitas pessoas evitem o tratamento por razões financeiras.

Multiplicam-se os relatos como o da menina Annabel, de três anos, que foi colocada junto com o pai em quarentena forçada pelo governo dos EUA. Depois da suspeita ter sido descartada, receberam de surpresa uma conta de mais de U$ 6,5 mil dólares pelo internamento e o transporte da ambulância. Um único dia de internação num hospital norte americano pode custar de U$ 4 mil dólares, o que pode provocar a falência de muitas famílias.

Além dos altos custos, a inexistência de um sistema de saúde único e nacional também dificulta a coleta de dados e limita a capacidade dos agentes de saúde de entenderem o tamanho do problema e de darem uma resposta sincronizada.

O Brasil só saiu na frente no combate ao Coronavírus, mesmo com os sucessivos cortes de investimento na saúde e na pesquisa, por causa da existência do Sistema Único de Saúde (SUS).

Pesquisadoras brasileiras sequenciaram o genoma do vírus em apenas 48 horas, enquanto no resto do mundo estão levando cerca de 15 dias. Além dessa integração com a pesquisa desenvolvida nas universidades, o SUS também se destaca por ser universal e gratuito, por sua capilaridade nos municípios brasileiros e por abarcar áreas como a vigilância sanitária. É por causa dessas características, que é possível ter informações unificadas sobre a doença e utilizar um mesmo comportamento padrão em todo o território nacional para lidar com o surto.

A saúde perdeu R$ 20 bilhões no primeiro ano do governo Bolsonaro, o que vem provocando a falta de profissionais, medicamentos e de materiais para o atendimento. O fato de o Brasil, ainda assim, conseguir ser destaque internacional no combate ao Coronavírus prova que a privatização da saúde não é o caminho e que devemos lutar contra todas as medidas que buscam transformar nosso direito à saúde em mercadoria.

É preciso defender o caráter universal e gratuito do SUS, cobrar contratações via concurso público e lutar por mais investimentos!

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