Reabertura do comércio tem aumento de casos de Covid-19 como consequência
Há quase um mês, o governo de Araucária decidiu, equivocadamente, reabrir o comércio da cidade. Hoje, quem vai até a cidade nem consegue perceber que estamos em meio a uma pandemia, com o triste recorde de mais de mil mortes nas últimas 24h. Para o governo de Araucária é “vida que segue”, mas quais vidas? As quase 20 mil mortes oficialmente contabilizadas no país não seguiram. E a Prefeitura da cidade está colocando toda a população em risco ao decretar que o município tem que funcionar normalmente.
É importante ressaltar que, em meados de março, quando o governo decidiu acertadamente afastar todos os servidores que não faziam parte dos serviços essenciais de saúde, assistência e segurança e fechar o comércio de Araucária, não havia nenhum caso de Covid-19 na cidade.
Mais de um mês depois, no final de abril, o prefeito reconvocou todos os servidores, mesmo aquele que estavam conseguindo desempenhar o trabalho de forma remota ou sob regime de escala, para comparecer presencialmente aos equipamentos públicos da cidade. Para além disso, Hissam também reabriu o comércio. Nessa época, Araucária contava com oito casos confirmados da doença. Um número baixo e dentro da capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade.
Agora, menos de um mês após a reabertura do comércio, esse número já cresceu mais de 300%. São 34 casos confirmados, isso sem contar a subnotificação devido à falta de testes para o conjunto da população. Esse crescimento é absurdo, mas é isso que a Prefeitura de Araucária escolheu ao reabrir o comércio e expor toda a população ao Coronavírus. A possibilidade de um aumento exponencial de contágio é concreta com tudo aberto e não há leitos em número suficiente para atender a todos.
E, ao mesmo tempo que coloca toda a população de Araucária em risco sem se preocupar com aumento do número de casos, Hissam também expõe os servidores públicos ao não fornecer Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em quantidade suficiente e ao não afastar aqueles trabalhadores que são do grupo de risco da linha de frente do combate à Covid-19.
A conclusão é que, se o prefeito não retomar a decisão anterior e decretar o fechamento do comércio o quanto antes, o SUS de Araucária vai ficar sobrecarregado e não conseguirá prestar o atendimento adequado para todos aqueles que estiverem infectados. Está nas mãos de Hissam o número de casos e, consequentemente, de mortes que teremos na cidade. E aí, o que o prefeito vai fazer?!