Desorganização do governo coloca servidores na lista do auxílio emergencial
Servidoras e servidores municipais foram surpreendidos nos últimos dias com a divulgação de seus nomes em uma lista de pagamentos indevidos do auxílio emergencial. É preciso deixar claro que estar com o nome não lista não significa que esses servidores agiram de má fé. A maioria foi vítima de um erro do próprio governo, que repassou o auxílio a todas as pessoas inscritas no Cadastro Único em algum momento da vida, mesmo sem terem feito a solicitação.
Segundo dados divulgados pelo Tribunal de Contas do Paraná, dos 10.648 pagamentos indevidos, 7.685 (72%) foram feitos de forma automática para servidoras e servidores públicos do Paraná que estão no Cadastro Único. A menor parte (28%) é de quem supostamente se cadastrou para receber o auxílio. Entretanto, o próprio TCE-PR aponta a possibilidade de esses servidores terem sido vítimas de fraude.
Se o governo tivesse realizado o seu trabalho e cruzado os dados, saberia quem atualmente é servidor público e não causaria toda essa confusão e esse desgaste para os trabalhadores. Essa simples conferência também teria impedido um número significativo de fraudes realizadas de forma intencional por indivíduos que utilizaram os dados de outras pessoas em beneficio próprio.
Além de expor individualmente as servidoras e servidores, a divulgação da listagem antes que a situação seja complemente esclarecida acaba contribuindo para uma campanha de difamação dos serviços e dos servidores públicos. As conseqüências são prejudiciais não apenas para o funcionalismo público, mas para o conjunto da sociedade. Afinal, é por meio do trabalho das servidoras e servidores públicos que a população tem acesso aos seus direitos básicos, como saúde, educação, assistência social, segurança, moradia e transporte.
O SIFAR e o SISMMAR manifestam seu apoio aos servidores que se sentiram difamados e reafirmam seu compromisso com a luta pela valorização do serviço público. É preciso dar um basta aos ataques dos governos que insistem em privatizar e cortar direitos mesmo em meio à pandemia de Covid-19, que escancarou para a população a importância dos servidores e dos serviços públicos.