Trabalhadores dos Correios iniciam greve contra retirada de direitos
Os trabalhadores dos Correios estão em greve para impedir a retirada de direitos e a privatização e para cobrar medidas de proteção contra a Covid-19. A greve é nacional e teve início às 22h da última segunda-feira (17).
O estopim para o início da greve foi a revogação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) em plena pandemia, com a retirada de mais de 70 cláusulas que garantiam direitos como adicional de 30%, vale-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais, além do dos adicionais sobre as férias e horas-extras.
Esse ataque deixa claro que a intenção do presidente dos Correios, general Floriano Peixoto, e do governo Bolsonaro é aproveitar a pandemia do novo Coronavírus para reduzir direitos e avançar no desmonte dos Correios, abrindo caminho para a privatização.
Além de repudiar a postura autoritária e privatista adotadas pela direção da estatal, as direções do SISMMAC, SISMUC, SIFAR e SISMMAR também manifestam seu apoio à luta contra a retirada de direitos e contra a privatização dos Correios.
Os trabalhadores dos Correios estão presentes em 5.570 municípios brasileiros e entregam, inclusive, livros às escolas públicas e vacinas aos postos de saúde. Além de colocar em risco os empregos, privatizar os Correios também significa pagar mais caro pelos serviços postais, sem garantia de continuidade dos serviços em regiões distantes ou de maior vulnerabilidade social.
O Acordo Coletivo tinha validade de dois anos e deveria se estender até 2021, mas a direção dos Correios recorreu ao judiciário para revogar o ACT, o que resultará na redução de direitos e salários dos trabalhadores.
A greve também luta contra a privatização dos Correios, contra o aumento descabido da participação paga pelos trabalhadores para o Plano de Saúde e contra a negligência com a saúde e vida dos ecetistas durante a pandemia da Covid-19.