8M: Pelo fim da miséria e pela segurança alimentar de todas e todos!

Mais de 100 anos após as lutas que deram início ao Dia da Mulher Trabalhadora, as mulheres ainda precisam lutar para poder se alimentar. Com menores salários e maior índice de desemprego, são as mulheres que mais necessitam de programas como o Bolsa Família para sobreviver e alimentar a si mesmas e suas famílias, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), 90% dos beneficiários são mulheres. Dessas, 40% são mães solo.

E os números alarmantes não param por aí: 63% das casas chefiadas por mulheres negras estão abaixo da linha da pobreza com uma renda mensal de apenas R$ 420, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já nas casas chefiadas por mulheres brancas o valor cai para 39%.

Os números escancaram a miséria crescente no Brasil, a falta de direitos básicos como a garantia da alimentação, a opressão de gênero sofrida pelas mulheres e o racismo que permeia a vida das mulheres negras.

Em Araucária vemos que as trabalhadoras da cidade dependem do serviço público que vem sendo sucateado, seja com vagas nas creches e escolas, ou no atendimento da assistência social e do SUS. Os salários dessas trabalhadoras, em sua grande maioria, continuam estagnados, enquanto os preços para sobreviver continuam subindo.

As servidoras, que atendem diretamente a população, também fazem parte do quadro de mulheres trabalhadoras que são responsáveis sozinhas pelo sustento das famílias. Em fevereiro, estas trabalhadoras tiveram que cruzar os braços e lutar para que o vale-alimentação – congelado há anos – fosse minimamente suficiente para as compras da casa. Além disso, todos os dias, as profissionais que estão a frente do serviço público lutam para que a população possa ser atendida com qualidade.

O que queremos na semana da mulher não são homenagens nas redes sociais e nos locais de trabalho, mas sim condições dignas de vida para todas. Queremos o fim da miséria e a garantia de segurança alimentar para as famílias que vem sofrendo com o aumento dos preços de tudo o que é necessário para sobrevivência.

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