Violência contra mulher cresce no governo Bolsonaro enquanto políticas públicas são destruídas

A Lei Maria da Penha completa 16 anos no mês de agosto, e embora a data relembre a importância da conscientização para a proteção das vítimas de violência doméstica, as políticas públicas necessárias para combater e dar suporte a estas mulheres têm sido desmanteladas, e os números de violência contra a mulher são assustadores.

A Casa da Mulher Brasileira, um local de atendimento e acolhimento às mulheres vítimas de violência, não recebeu os repasses do governo federal referente a 2022. São R$ 7,7 milhões, segundo o Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), que deixaram de ser repassados para atender as trabalhadoras.

O descaso é mais um passo de um governo machista, misógino e racista que tem contribuído para que a violência contra mulher continue crescendo. São quatro vítimas de feminicídio por dia no país, em dois anos são 2.695 mulheres que foram assassinadas e quando se fala em assédio e importunação sexual o crescimento é de 17%, os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. E claro, a violência de gênero também está relacionada ao racismo, as mulheres negras morrem mais de acordo com o Atlas da Violência. Em mortes ligadas ao feminicídio elas são 62% do total de vítimas, e em relação às mortes violentas com intencionalidade – não ligadas ao feminicídio – o número é ainda maior, 70% são negras.

Desde 2019 foram diversas denúncias de violência sexual envolvendo membros do governo Bolsonaro. De acordo com Controladoria Geral da União (CGU) pelo menos uma denúncia de violência sexual – física ou psicológica – é relatada por dia. O ex presidente da Caixa, por exemplo, fez parte deste número alarmante. Além disso, Bolsonaro mesmo não para de reproduzir falas e atitudes machistas contras as mulheres, um dos últimos absurdos foram as críticas e comentários machistas e conservadoras em relação a uma criança de 11 anos que foi estuprada e precisou realizar um aborto.

A violência contra a mulher é um problema histórico da sociedade capitalista, e, portanto, machista e patriarcal em que vivemos. Entretanto, com a extrema-direita no poder a violência, o assédio e os estupros têm sido cada dia mais normalizados. Por isso, mais do que combater o Bolsonaro, é necessário combater o bolsonarismo e a política de extrema-direita no país que ataca as trabalhadoras, retira direitos e mata todos os dias.

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