Racismo mata: grande parte das vítimas de armas de fogo são jovens negros

Em um país cada vez mais armado, com mais de um milhão de armas de fogo espalhadas por aí, 78% das vítimas desse tipo de violência são homens negros, entre eles, é a juventude negra (de 15 a 29 anos) a que mais morre sendo vítima de 59% dos assassinatos, de acordo com o Instituto Sou da Paz. E quando falamos diretamente da violência policial a situação é ainda mais grave, entre 2020 e 2021, o braço armado do estado fez com que 84% dos assassinatos cometidos pela polícia fossem de pessoas negras.

A imensa maioria dessas vítimas é parte da classe trabalhadora e compõe a periferia das grandes e pequenas cidades, locais que sofrem todos os dias com a negligência do Estado brasileiro: onde o serviço público é mais precário, o desemprego e os trabalhos informais são parte do dia a dia e a falta de suporte financeiro do Estado faz da população vítima da miséria.

E se engana quem acha que a situação das mulheres é diferente. De acordo com o Atlas da Violência de 2021, as mulheres negras tem 1,7 vezes mais chances de serem assassinadas do que uma mulher não negra. E na periferia, essas mulheres convivem diariamente com o racismo, o machismo, as desigualdades sociais e a morte dos seus companheiros ou dos seus filhos.

Os dados servem para mostrar que se entre seus colegas ou familiares existe alguma dúvida sobre o racismo no Brasil, os números absurdos, alarmantes e revoltantes, mostram claramente que as balas tomam a direção dos corpos negros, principalmente nas periferias do Brasil, todos os dias. A população negra vive um verdadeiro genocídio.

Por isso, é necessário conhecer trabalhadores e trabalhadoras antirracistas que denunciam e combatem todos os dias o racismo, eles estão nas organizações políticas, nos movimentos sociais, nas comunidades, nas escolas, no serviço público e em tantos outros lugares, organizando a luta para que exista uma mudança concreta na sociedade.

Para dar continuidade a esse debate o SIFAR indica a escritora Lélia Gonzales, você pode acompanhar o Instagram dedicado à sua memória. O livro Lugar de Negro, escrito por Lélia e pelo sociólogo Carlos Hasenbalg, discute a questão da democracia racial que nega o racismo no Brasil, e coloca em pauta a opressão racial como central na história do país.

Conheça também a Frente Desencarcera-PR, que atua pelos direitos humanos combatendo a violência do Estado. De acordo com a frente de lutas, 68% da população encarcerada é negra, portanto, essa é uma luta de combate ao racismo.

A rede de Observatórios de Seguranças acompanha os índices crescentes da violência contra a população negra em sete estados, os dados são disponibilizados em relatórios e você pode ver aqui.

 

No mês da consciência negra, casos de racismo não param!

Neno, músico em Curitiba, foi agredido na última sexta-feira (25), por motivações claramente racistas. O agressor, Paulo Cezar Bezerra da Silva, atacou Neno com um cacetete e incitou seu cachorro a morder o músico. Como Paulo Cézar é branco, ele foi liberado mesmo com todas as provas da agressão e a audiência preliminar foi marcada apenas para março de 2023. Um absurdo!

Para exigir justiça por Neno, um ato será realizado nesta terça-feira (29), às 14h, em Frente ao 1º DP em Curitiba e às 19h, na rua Dr. Muricy, 270, será realizada uma reunião para definir os próximos passos. É preciso combater o racismo, por isso existir justiça por Neno é essencial!

Veja a matéria completa da Carta Capital.


Renato Freitas, deputado estadual do Paraná, foi constrangido e ameaçado pela Polícia Militar em um caso de racismo escancarado dentro da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O policial não só tratou Renato com suspeito, como verbalizou isso a outro colega. A violência racial acontece de diferentes formas, neste caso a polícia ameaçou o deputado pelo simples fato dele ocupar o espaço da Alep demonstrando que o braço armado do Estado não poupa esforços quando se trata de criminalizar os negros e negras.

Veja o depoimento de Renato em seu Instagram e a matéria feita pelo Plural.


Sem nenhum motivo, um segurança agrediu e imobilizou com tremenda violência um homem negro no Cristo Rei, em Curitiba. Em uma atitude claramente racista, o segurança acusou o homem de furto sem nenhuma prova e o perseguiu por muitas quadras, chamou os colegas e trabalho e todos eles agrediram, de alguma forma, aquele homem.

Veja a matéria do Plural.

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